25.9.09
29.3.09
18.3.09
Quem és tu, Magalhães?
CartaQueridos José, António, Ana, Joana, Patrícia, Sofia e tantos outros, que ficaria aqui a eternidade que me resta, a escrever os vossos nomes.
Se vos perguntarem, na rua, na escola, em casa, na pizzaria, se conhecem o Magalhães, dirão logo que sim, que é pequenino e engraçadinho. Que é muito giro, em suma!
Não sei se sabem quem vos está a escrever esta carta?
É o próprio Magalhães, de quem tão pouco sabem, pois a toda a hora se fala do Magalhães, o computador e nunca se ouve falar deste outro Magalhães, o navegador.
Enfim, é só mais um dissabor a juntar ao maior que tive na vida, quando D. Manuel reprovou o projecto maior dos meus sonhos de mar: navegar, navegar, navegar, até cumprir uma volta inteirinha à terra.
Diziam que não era possível, mas eu acreditava que sim, que havia de haver passagem, por estreita que fosse. E havia mesmo! Essa passagem ficou com o nome do vosso computador. Desculpem, também já estou quase a deixar-me embalar pela máquina da propaganda! Essa passagem ficou com o meu nome: Estreito de Magalhães.
Um dos historiadores do vosso tempo afirma, com muita certeza, que o que eu queria mesmo era descobrir um caminho para as Ilhas Molucas, por mar. Andaram a coscuvilhar umas cartas que troquei com um amigo que foi para as Índias.
Fui então apresentar a minha proposta ao jovem governante do reino vizinho, futuro Imperador Carlos V, e tive mais sorte. Os meus pais eram espanhóis e o meu sonho era universal, pois isto de ser marinheiro não se explica à luz das fronteiras e dos governos. No mar falam-se as línguas todas e não se fala nenhuma. Ali, o que fala mais alto é o valor da fome, da sede, da vida. Sobreviver é preciso e a vida é um dom mais precioso do que as riquezas de mil orientes.
E sabem o que é que os reinos de Portugal e Espanha queriam destas paragens distantes? Cravo. Uma especiaria que as vossas mães e avós usam na cozinha e que os médicos e farmacêuticos também usam muito. Havia também outras especiarias, mas esta devia ser a mais preciosa, já que um dos que regressou dessa viagem em que perdi a vida, carregou o navio inteirinho com cravo.
Já ouviram falar do Oceano Pacífico? Sabem quem lhe deu o nome? Eu! Para além de ter baptizado o mar, dei também o meu nome a umas nuvens que dali se avistam que afinal são galáxias, isto é, nuvens carregadinhas de estrelas e outros astros.
Pouco tempo depois, envolvi-me numa violenta luta, nas Filipinas e não voltei mais.
Dos duzentos e cinquenta que partimos, só dezoito regressaram. É muita vida perdida.
Mas o que eu não quero mesmo, meninas e meninas das escolas portuguesas, é que percam a memória daqueles que prepararam o mundo para ti, Joana, para ti, Tiago…
Regresso agora à minha condição de personagem da História, feliz por ter contribuído para enriquecerem o vosso conhecimento.
Até sempre!
Fernão de Magalhães
Carta baseada na ideia de José Jorge Letria, que deu forma ao seu último livro, O Que Darwin Escreveu a Deus
Se vos perguntarem, na rua, na escola, em casa, na pizzaria, se conhecem o Magalhães, dirão logo que sim, que é pequenino e engraçadinho. Que é muito giro, em suma!
Não sei se sabem quem vos está a escrever esta carta?
É o próprio Magalhães, de quem tão pouco sabem, pois a toda a hora se fala do Magalhães, o computador e nunca se ouve falar deste outro Magalhães, o navegador.
Enfim, é só mais um dissabor a juntar ao maior que tive na vida, quando D. Manuel reprovou o projecto maior dos meus sonhos de mar: navegar, navegar, navegar, até cumprir uma volta inteirinha à terra.
Diziam que não era possível, mas eu acreditava que sim, que havia de haver passagem, por estreita que fosse. E havia mesmo! Essa passagem ficou com o nome do vosso computador. Desculpem, também já estou quase a deixar-me embalar pela máquina da propaganda! Essa passagem ficou com o meu nome: Estreito de Magalhães.
Um dos historiadores do vosso tempo afirma, com muita certeza, que o que eu queria mesmo era descobrir um caminho para as Ilhas Molucas, por mar. Andaram a coscuvilhar umas cartas que troquei com um amigo que foi para as Índias.
Fui então apresentar a minha proposta ao jovem governante do reino vizinho, futuro Imperador Carlos V, e tive mais sorte. Os meus pais eram espanhóis e o meu sonho era universal, pois isto de ser marinheiro não se explica à luz das fronteiras e dos governos. No mar falam-se as línguas todas e não se fala nenhuma. Ali, o que fala mais alto é o valor da fome, da sede, da vida. Sobreviver é preciso e a vida é um dom mais precioso do que as riquezas de mil orientes.
E sabem o que é que os reinos de Portugal e Espanha queriam destas paragens distantes? Cravo. Uma especiaria que as vossas mães e avós usam na cozinha e que os médicos e farmacêuticos também usam muito. Havia também outras especiarias, mas esta devia ser a mais preciosa, já que um dos que regressou dessa viagem em que perdi a vida, carregou o navio inteirinho com cravo.
Já ouviram falar do Oceano Pacífico? Sabem quem lhe deu o nome? Eu! Para além de ter baptizado o mar, dei também o meu nome a umas nuvens que dali se avistam que afinal são galáxias, isto é, nuvens carregadinhas de estrelas e outros astros.
Pouco tempo depois, envolvi-me numa violenta luta, nas Filipinas e não voltei mais.
Dos duzentos e cinquenta que partimos, só dezoito regressaram. É muita vida perdida.
Mas o que eu não quero mesmo, meninas e meninas das escolas portuguesas, é que percam a memória daqueles que prepararam o mundo para ti, Joana, para ti, Tiago…
Regresso agora à minha condição de personagem da História, feliz por ter contribuído para enriquecerem o vosso conhecimento.
Até sempre!
Fernão de Magalhães
Carta baseada na ideia de José Jorge Letria, que deu forma ao seu último livro, O Que Darwin Escreveu a Deus
17.2.09
Se eu fosse uma máscara de Carnaval…
...Seria uma máscara do Carnaval Brasileiro, toda espalhafatosa, muito engraçada e colorida;
…Seria uma máscara da Ópera Chinesa, terrivelmente assustadora e dramática;
…Seria uma máscara de palhaço para divertir todos os que olhassem para mim;
…Seria uma máscara cintilante, que brilhasse mais que o Sol, feita com o ouro dos Incas;
…Seria uma máscara egípcia, tão misteriosa como a rainha Cleópatra;
…Seria uma máscara tão branca, tão branca, mais branca que a neve, como o rosto de uma gueixa;
…Seria uma máscara tradicional das Ilhas do Pacífico, arrepiante e estranha;
…Seria uma máscara de um curandeiro índio, para atrair os bons espíritos;
…Seria uma máscara de mil ou mais cores;
…Seria uma máscara de uma deusa indiana, amiga e protectora;
…Seria uma máscara do teatro grego, a da comédia ou a do drama;
…Seria uma máscara do Carnaval de Veneza, uma Colombina ou um Arlequim, um Pierrot ou uma Pierrette, feita de porcelana seria uma beleza!
…Seria uma máscara da Ópera Chinesa, terrivelmente assustadora e dramática;
…Seria uma máscara de palhaço para divertir todos os que olhassem para mim;
…Seria uma máscara cintilante, que brilhasse mais que o Sol, feita com o ouro dos Incas;
…Seria uma máscara egípcia, tão misteriosa como a rainha Cleópatra;
…Seria uma máscara tão branca, tão branca, mais branca que a neve, como o rosto de uma gueixa;
…Seria uma máscara tradicional das Ilhas do Pacífico, arrepiante e estranha;
…Seria uma máscara de um curandeiro índio, para atrair os bons espíritos;
…Seria uma máscara de mil ou mais cores;
…Seria uma máscara de uma deusa indiana, amiga e protectora;
…Seria uma máscara do teatro grego, a da comédia ou a do drama;
…Seria uma máscara do Carnaval de Veneza, uma Colombina ou um Arlequim, um Pierrot ou uma Pierrette, feita de porcelana seria uma beleza!
Etiquetas:
carnaval,
trabalhos de alunos
Brevemente
Esperamos cumprir esta promessa. É urgente o regresso à reflexão sobre as coisas da leitura. E até da escrita.
Esta promessa tem nome: Se eu fosse uma máscara de Carnaval.
Os alunos do 5ºL fizeram esta composição e alguns estavam muito inspirados. Aguardamos a autorização dos Encarregados de Educação para publicarmos esses trabalhos. Até breve!
Boas leituras e boas escritas.
Esta promessa tem nome: Se eu fosse uma máscara de Carnaval.
Os alunos do 5ºL fizeram esta composição e alguns estavam muito inspirados. Aguardamos a autorização dos Encarregados de Educação para publicarmos esses trabalhos. Até breve!
Boas leituras e boas escritas.
Subscrever:
Mensagens (Atom)