9.12.07

Ler o Natal na Bibliotecla

Entremos, apressados, friorentos,

numa gruta, no bojo de um navio,

num presépio, num prédio, num presídio,

no prédio que amanhã for demolido...



Entremos, inseguros, mas entremos.

Entremos, e depressa, em qualquer sítio,

porque esta noite chama-se Dezembro,

porque sofremos, porque temos frio.



Entremos, dois a dois: somos duzentos,

duzentos mil, doze milhões de nada.

Procuremos o rastro de uma casa,a cave,

a gruta, o sulco de uma nave...



Entremos, despojados, mas entremos.

Das mãos dadas talvez nasça o fogo nasça,

talvez seja Natal e não Dezembro,

talvez universal a consoada.


David Mourão Ferreira

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